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Por que você faz Rally?

Interessante que eu mesmo nunca tinha feito essa pergunta, mas foi assim que uma moça me abordou em uma loja de carros. “Ficar no meio da poeira, sem lugar pra sentar, sem banheiro. Como é que tem gente que gosta?”

Eu cresci vendo meu pai fazendo rally, depois veio meu primeiro jeep, aí carros de rally e lá estava eu: fazendo rally.

Se pararmos para pensar vamos ver que rally é o esporte à motor que chega mais perto do limite. Se não bastasse o piloto não conhecer a pista decor, pois passa poucas vezes em um trajeto de 200 km, ainda falta área de escape, zebra, muro de proteção, etc. Um erro e “ba-bau”. Fim de prova.

Talvez seja este o ponto que atrai milhares de pessoas no mundo inteiro. Ver o piloto colocar um carro de lado em uma curva de terra sem aderência nenhuma, onde ele não enxerga o que vem pela frente, com um “poeirão” vindo atrás, barulho de motor, escapamento e muita pedra voando. Meu co-piloto, Alceu Eilert, sempre brinca que ele assiste o rally do melhor ângulo: de dentro do carro.

Acho que faço rally pela emoção – respondi à moça. No meu primeiro rally de velocidade, a coisa estava meio monótona. Meu objetivo era terminar a prova, então estava com um pouco de medo de bater. Aí fui pegando o jeito, começando a me entrosar com o limite, pondo o carro de lado nas curvas e, de repente, estava com o céu da boca doendo porque tinha esquecido de salivar.

Rally é andar no limite de uma estrada saindo de uma curva pensando na próxima, fazendo o traçado confiando apenas nas informações do co-piloto, resistindo a tendência natural de frear quando não se enxerga o que vem pela frente. Por isso eu faço rally.

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