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Carnaval na Serra Catarinense

Quatro dias de feriadão na região das Serras de Santa Catarina rendeu pouco samba e 1.400km de viagem variando de 40m a 1750m de altitude.

Carnaval é sempre um problema para quem não curte muito essa tal “folia”. Mas como o feriado é sempre bem vindo, fiz uma viagem fora de estrada pela região das Serras Catarinenses com um grupo de amigos.

Dia 01: Curitiba / PR – Urubici / SC

Nas viagens ou expedições off road sempre buscamos estradas menos conhecidas, com belas paisagens e trechos mais difíceis. Contando com o auxílio do Google e do GPS, partimos no sábado às 8h da manhã de Curitiba.

O roteiro inicial era Curitiba, Fazenda Rio Grande e Mandirituba no PR e Campo Alegre, Guaramirim, Blumenau, Brusque, São João Batista, Major Gercino, Angelina, Rancho Queimado, Alfredo Wagner e Urubici em SC.

Mas logo no inicio faltou uma estrada no mapa do GPS e seguimos pela sugestão do Google. Uma pena que ele ainda não tenha uma função de graduação da dificuldade da trilha, pois uma difícil logo no começo do passeio era demais. Depois de parar em um facão decidimos voltar e buscar outra opção.

Seguimos pelo asfalto até Campo Alegre, onde teríamos uma serrinha muito bonita, com curvas sinuosas e um pouco de barro. Andamos uns 20km e o barro ficou tão pesado que caiu dos barrancos fechando a estrada. Ao perguntar para um grupo de motoqueiros que fazia trilha pelo local ficamos sabendo que quatro pontos de deslizamento fechavam a estrada. Mesmo de 4×4 era impossível.

Como passava do meio dia, paramos para almoçar no Hotel Vale das Hortências, por onde tínhamos passado um pouco antes. Se a comida é muito boa, melhor ainda é o local! Uma construção rústica feita de troncos com todos os ambientes muito bem pensados.

Depois de perder mais de duas horas nessa ida e volta, pegamos novamente o asfalto e seguimos para Guaramirim. Mas asfalto não é muito amigo de jipe e tivemos nossa primeira baixa. Um dos companheiros teve problemas de motor e voltou de guincho para Curitiba com objetivo de trocar de carro e nos encontrar em Ububici no dia seguinte.

Com mais uma hora e meia de acréscimo, seguimos direto a Urubici. Chegamos na cidade perto das 22h e o pessoal da Pousada Trinca Ferro nos aguardava com um maravilhoso churrasco.

Nem estava tão frio quanto esperávamos, mas depois de 500km e comer muito bem, todo mundo foi pra cama recarregar as baterias.

Dia 02: São Joaquim, Serra do Rio do Rastro e Serra do Corvo Branco

No segundo dia de viagem invertemos o roteiro original, pois tivemos algumas orientações sobre locais muito bonitos e ainda não visitados por turistas. Como queríamos que o grupo estivesse completo, enquanto nosso amigo vinha de Curitiba com seu outro 4×4, fomos primeiro nas famosas serras.

Passamos pela Cascata do Avencal, ainda em Urubici, no Snow Valley, onde existe uma tirolesa com 400m, na Sanjo, uma cooperativa de produtores de maçã onde fazem tudo que você imagina com maçã, até chegar em São Joaquim / SC, que apesar de famosa não é tão aconchegante. Talvez porque estivesse quente nesse dia, mas a Igreja Matriz na praça central, feita de pedra, faz jus à sua fama.

Por volta do meio dia, seguimos para Bom Jardim da Serra, onde começa a maravilhosa Serra do Rio do Rastro e almoçamos na Churrascaria Cascata, onde ficou ainda mais evidente que o pessoal de SC almoça cedo.

Tripulantes de “tanque cheio”, seguimos serra abaixo. A Serra do Rio do Rastro é fantástica, principalmente a descida. Começamos a 1450m de altitude e 13km depois estávamos em 100m. A pista é estreita e as curvas tão fechadas que é preciso parar quando vem um caminhão em sentido contrário. (sim, passa caminhão lá.)

No pé da serra passamos por Lauro Muller, Orleans, entramos em Braço do Norte e seguimos para Grão Pará com objetivo de subir a impressionante Serra do Corvo Branco. Saímos de 50m para 1400m de altitude em +/- 10km de pavimentação precária (o que dificulta o acesso de veículos 4×2) e trechos ainda mais estreitos e muito mais sinuosos que a serra anterior. Lá no alto encontramos a maior fenda escavada em estrada do Brasil (um pouco mais de 90m).

Chegamos de volta a Urubici por volta das 18h, jantamos na pizzaria Cor da Fruta e fomos dormir pensando nas incríveis paisagens do dia.

Dia 03: Morro da Igreja, Véu da Noiva e Campo dos Padres

Mais uma vez começamos o dia com um grande café da manhã e seguimos para o nosso roteiro. Primeira parada: Morro da Igreja, onde está situado o Cindacta II e a famosa escultura natural Pedra Furada. Uma pena que o tempo estava encoberto e não deu pra ver muita coisa, mas a 1700m de altitude qualquer brecha já dá uma bela paisagem.

Na descida, passamos na Cachoeira Véu da Noiva, onde agora cobram entrada e descemos à pé. Uma pena não poder mais chegar de carro até a água, mas a estrutura para visitantes está mais bem cuidada.

Como não sabíamos quanto tempo levaríamos até o Campo dos Padres, optamos por lanchar enquanto andávamos e começamos a subida para o Campo dos Padres. E que subida! Quanto mais alto ficava, menos o trecho se parecia com uma estrada. Em compensação e vista ficava cada vez melhor.

A 1750m de altitude com o tempo aberto a paisagem é sensacional! Curioso é que a região ainda não é explorada como ponto turístico. Apenas como roteiro de cavalgadas.

Ainda seguimos um pouco mais adiante e chegamos até uma fazenda que serve de base para os cavaleiros. Como a estrada não tem saída e parecia uma “plantação de pedra”, retornamos curtindo mais uma vez a paisagem.

De volta a pousada no fim da tarde, deu tempo de tomar um banho antes do jantar. Prato da noite: truta com batatas no forno. Comemos pelo almoço e pela janta.

Dia 04: De volta pra casa

No último dia de viagem resolvemos passar pelas cidades que abortamos no primeiro dia. Saímos de Urubici por volta de 10h e seguimos para Rancho Queimado e Angelina, onde queríamos encontrar uma igreja com uma escadaria contendo as imagens de santos. Não achamos a igreja, mas Angelina é uma cidade muito bonita.

Seguimos viagem para Major Gercino onde passamos por uma represa e trechos de serra muito bonitos, São João Batista e Schroeder, onde esperávamos poder subir uma serrinha de terra, mas encontramos um portão fechando o acesso à estrada. Moradores locais informaram que houve queda de barreiras e, como não tem previsão de liberação da estrada, fecharam por tempo indeterminado.

Meio desanimados, seguimos até o asfalto para retornar por Corupá. Mas como a vontade por uma serrinha era grande, São Pedro mandou água. O resultado foi uma queda de barreira na SC 280, mandando o grupo para um desvio que nem está no mapa: uma serra de terra depois da Rota das Cachoeiras, com muitos deslizamentos que, à noite, ficaram assustadores. Pior foi cruzar com veículos em sentido contrário à beira da estrada. (Pior ainda foi cruzar com um caminhão!)

Seguimos a São Bento do Sul (onde eu me perdi) para dar uma parada, comer alguma coisa e desabafar. Todos mais calmos e alimentados, seguimos viagem até Agudos do Sul, Mandirituba, Fazenda Rio Grande e Curitiba.

O roteiro foi incrível, as paisagens sensacionais e a companhia maravilhosa! Com certeza um dos melhores Carnavais que já passei.


Links
http://www.saojoaquim.sc.gov.br/turismo/
http://www.belasantacatarina.com.br/serracatarinense/


Onde Ficar
Pousada Trinca Ferro (Urubici) – (49) 9917-3447 – pousadatrincaferro@gmail.com
Pousada Café Mel (Urubici) – (49) 3278-5214 – www.cafemel.com.br


Onde Comer
Churrascaria Cascata – www.churrascariacascata.com.br
Restaurante / Pizzaria Cor da Fruta – (49) 3278-5125

Fotos

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