Para quem mora em Curitiba, feriado de 07 de setembro é sempre bom para viagens mais longas, pois 8 de setembro é feriado na cidade. Então aproveitamos para conhecer Prudentópolis: a terra das cachoeiras.
Dia 01
A concentração para a saída foi no tradicional Parque Barigui, em Curitiba, às 9h. Partimos em 3 jipes e um carro (!!!) – isso mesmo. O 4° jipe não ficou pronto a tempo, então fui de carro. No comboio estavam Eu, Gi, Fred, Tai, Zettel (pai), Marcia, Gaydo, Soraia, Fernando, Vera e seus filhos Paula e Felipe.
Seguimos pela BR 277 sentido norte do Paraná até o município de Campo Largo – região metropolitana de Curitiba, onde pegamos uma estrada secundária para tornar nosso passeio mais agradável. (para quem estava de jipe.)
Seguindo nosso GPF (Guiado Pelo Fernando), percorremos por estradas de terra com belíssimas paisagens, rumo à nossa primeira parada: o Buraco do Padre. Fernando contou que conhece bem a região pois organizou um rally de regularidade por essas estradas em 1986, e até hoje o trajeto ficou guardado na memória. “As vezes falha a recepção do satélite, mas logo ela volta!” brincou o navegador.
Confesso que em alguns trechos eu ficaria bem mais tranquilo se tivesse mais uns 10cm de vão livre, mas algumas patinadas e uma atolada depois , lá por 13h, chegamos à um daqueles lugares que a natureza criou e que ninguém consegue explicar…
O Buraco do Padre é uma espécie de gruta com uma queda d’água de aproximadamente 30 metros que sai de uma das paredes laterais e uma abertura no teto. Uma foto pode valer mais que mil palavras, mas lá, nenhuma foto conseguiu retratar a verdadeira beleza do local.
Fizemos um rápido churrasco no local, caminhamos até a cachoeira e voltamos boquiabertos para os carros e 16:30h seguimos viagem rumo a nosso destino: Prudentópolis.
Alguns quilômetros até a rodovia, onde Fernando e sua família seguiram de volta para Curitiba e os demais para Prudentópolis. Mais ou menos 80km de asfalto e chegamos no hotel Mainah em torno de 19h.
Hora de jantar, descansar e nos preparar para a rota de domingo.
Dia 02
Nosso segundo dia amanheceu com chuva. Para quem pretende ver paisagens, isso pode ser um pouco frustrante, mas nada que desanime um grupo de jipeiros.
O dia começou com o café da manhã às 7:30h. Uma passadinha rápida no açougue para comprar artigos de primeira necessidade (carne e coca cola) e encontramos os Trilheiros de Prudentópolis às 9h, que nos convidaram para percorrer uma trilha com o grupo.
Partimos em aproximadamente 15 veículos sob o comando do Buiú. Um detalhe muito legal de cidade pequena é a distância para sair do “perímetro urbano”. Andamos cerca de 5 minutos e já entramos em um tubo com aproximadamente 2,5m de diâmetro que passa por baixo da estrada de acesso à cidade. Em seguida uma estradinha cheia de barro. E que estradinha!!! Logo nos primeiros 500 metros o primeiro atoleiro. Mas esse foi complicado apenas para as gaiolas.
O segundo enrosco foi mais divertido. Quando chegamos, um Niva já estava (literalmente) atravessado no trecho. Cintas pra cá e pra lá e o comboio continuou seu caminho. Fizemos o “salvamento” da Rural de nosso anfitrião Luiz que passou de segunda tentativa.
O trecho seguinte foi de estrada cheia de curvas, mas devido à chuva, haviam locais muito divertidos. O dia foi abrindo, o sol deu as caras e enquanto os trilheiros preparavam o fogo para assar nosso almoço, fomos visitar nossa primeira cachoeira: Salto São João (foto acima) com 86 metros de altura.
Voltamos um pedaço da estrada para encontrar os amigos em um recanto mantido pela prefeitura de Prudentópolis. Lá o fogo já estava a todo vapor. Peguei nossa carne e… cadê o prato? E os talheres? Como o churrasco não estava em nossos planos, não estávamos preparados. Mas um garfo e uma faca emprestados e tampa da geladeira como apoio estava resolvido nosso problema.
Com a fome abatida, nos separamos do comboio de trilheiros, que iriam para uma trilha complicada, e seguimos com o Luiz e o Coco do Hotel Mayná para mais algumas cachoeiras.
A segunda do dia foi o Salto Sete, que só vemos da beira da estrada. Mas ponto alto do dia foi o Salto Barão do Rio Branco, onde funciona uma usina hidrelétrica. Devido ao volume de água, a paisagem é impressionante. E, depois de ver a paisagem de cima, com a estrutura existente para turismo, é possível descer +/- 400 degraus para ver a cachoeira de baixo. Muito cansativo, mas vale cada degrau!
Missão cumprida e energias gastas, pegamos a estrada de volta para a cidade e chegamos no hotel por volta das 17:30h para renovas as baterias. Mais tarde sairemos para jantar e programar o 3° dia.
Dia 03
Nosso terceiro dia de aventura amanheceu confuso. Parecia que iria esquentar, mas logo nos primeiros quilômetros a tradição dos feriados de 7 de setembro venceu: pegamos bastante chuva no caminho.
Saímos do hotel por volta das 9:30h. Luiz, nosso anfitrião, nos alertou da distância para o Salto São Francisco, nosso principal objetivo, então apressamos o passo. Saímos sem guia pela primeira vez, mas interpretamos mal o mapa e erramos já na primeira entrada… Problemas de roteiro resolvidos, tocamos adiante.
A idéia era primeiro visitar o Salto São Sebastião, mas devido à chuva, a paisagem não foi muito interessante (foto acima). Então adiantamos nossa programação e seguimos para o Recanto Perehouski, onde o sr. Adolf estava nos esperando para almoçar.
O Recanto Perehouski, além de uma comida caseira típica ucraniana, tem paisagens incríveis e uma infra estrutura para passar o dia e acampar. Então, antes do almoço, descemos a trilha à pé e fomos visitar duas belas cachoeiras e uma formação rochosa bem interessante: As pedras formaram uma espécie de salão onde podemos caminhar em pé ao lado do rio.
Na volta, pegamos uma bifurcação na trilha e, alguns escorregões depois, chegamos mais adiante, no mesmo rio, onde pudemos apreciar mais uma queda d’água, mas dessa vez de cima.
Depois de degustar o delicioso almoço, o Sr. Adolf nos ensinou um atalho bem daquele jeitinho que gostamos e seguimos rumo ao famoso São Francisco.
Uns 40km depois chegamos e nos surpreendemos já na portaria. O local ganhou da prefeitura de Guarapuava excelentes instalações de portaria, banheiros, lixeiras, placas e peitoris. A visitação ficou bem mais fácil para turistas. Mas o visual ainda é o mesmo: incrível! São 196m de queda d’água em um vale que desperta a curiosidade de qualquer um.
Seguindo a trilha dentro do parque, fomos beirando o rio até chegar ao Salto Cavalheiro. Esse pode ser visto debaixo e, contornando a trilha, de cima. Vale cada quilômetro percorrido.
Encerramos nossa programação lá pelas 17h e recebemos uma indicação de retorno por Guarapuava (que deveria ser mais rápido) e resolvemos aceitar. Foram 80km de asfalto até chegarmos de volta ao hotel, então acho que não foi muito produtivo…
Na volta recebemos uma triste notícia: o pai de um dos nossos companheiros não está muito bem de saúde, então teremos que rever nosso roteiro do quarto dia para, quem sabe, seguir cedo direto para casa.
Dia 04
Depois de uma noite de muita chuva, o último dia de nossa viagem era destinado ao caminho de volta. Inicialmente passaríamos por mais alguns locais dignos de visitação, mas as notícias no início da manhã não foram muito boas.
No café da manhã fomos informados que o pai internado de nosso amigo não estava mesmo muito bem. Então tivemos mais uma baixa no meio da noite. Em seguida chegaram notícias de que muitas estradas estariam interditadas devido à queda de árvores, barreiras e postes.
Sendo assim, saímos para uma caminhada no centro da cidade, mas a chuva logo apertou. Corremos para o hotel, fechamos a conta e, lá pelas 10:30h, partimos pelo asfalto mesmo.
No caminho lembramos de um local próximo à cidade que vendia Nó de Queijo, mas nossa busca não foi muito produtiva. Como não encontramos este local, seguimos para Palmeira em busca do tal do queijo.
Duas horas de viagem mais tarde, com os estômagos colados nas costas, desistimos do queijo e fomos buscar algum local para almoçar… Por incrível que pareça não há nenhum posto ou restaurante no trevo da PR-373 até Palmeira.
Já na BR 277, por descuido, passamos reto de um restaurante. Então seguimos à Campo Largo, para almoçar em uma tradicional churrascaria da cidade. Depois de muito transito na estrada, chegamos tarde demais. Não estavam mais servindo almoço em nenhum dos restaurantes da região. Resultado? Fomos almoçar 16h em um shopping já de volta a Curitiba.
Resumo da Aventura
Sem dúvida nossa viagem valeu cada quilômetro rodado. As paisagens que visitamos são incríveis e a população local nos recebeu muito bem.
Onde Ficar
– Mayná Palace Hotel
Rua Dr Osório Guimarães, 935 Prudentópolis – PR – CEP: 84400-000 – (42) 3446-2091
Onde Comer
– O Casarão pizzaria
Av S João, 348 Prudentópolis – PR – CEP: 84400-000 – (42) 3446-2113
– Recanto Perehouski – (42) 9122-2994
Sites interessante
– www.prudentopolis.pr.gov.br
– www.guiadeprudentopolis.com